C
u
ri
ti
b
a
2
0
1
1
A
n
ai
s
d
o
V
II
C
o
n
g
re
ss
o
In
te
rn
ac
io
n
al
d
a
A
b
ra
lin
Auxiliaridade em perspectivas
Carmelita Minelio da Silva Amorim¹, Lúcia Helena Peyroton da Rocha²
¹Universidade Federal Fluminense (UFF) ²Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
carmel_msa@yahoo.com.br, lhpr@terra.com.br
Resumo: Neste artigo, investigamos o fenômeno da auxiliaridade verbal sob a
perspectiva do Funcionalismo, que analisa os fatos linguísticos com base no uso
efetivo da língua. O corpus a ser analisado é composto dos gêneros textuais
frases e artigo de opinião, da Revista Veja.com, veiculada no período de janeiro
a junho de 2010. Este estudo considera ainda a importância de um ensino que
abranja tanto o modo como a língua é utilizada pelos falantes quanto os
propósitos vinculados a esse uso.
Palavras-chave: auxiliaridade; funcionalismo; gêneros textuais; ensino.
Introdução
A noção de auxiliaridade tem figurado proeminentemente em muitas
abordagens linguísticas, associadas com um morfema ou uma classe de palavra,
uma categoria sintática, uma entidade definida funcional ou semanticamente, ou
com qualquer combinação destes. Ao mesmo tempo, a sua validade também tem
sido contestada, na medida em que, para algumas perspectivas linguísticas, o
termo auxiliar foi inteiramente eliminado da lista da terminologia linguística. Parte
do problema em torno da ideia de auxiliar é refletida justamente na múltipla
terminologia utilizada na sua identificação, rótulos como verbo auxiliar, auxiliar
verbal, verbo suporte e outros figuram nos debates sobre o assunto.
A partir das discussões e de questões que envolvem o estudo que
pretendemos apresentar, alguns objetivos podem ser delineados: apresentar alguns
pontos discutidos em torno da auxiliaridade verbal, tomando como ponto de partida
as perspectivas formal e funcional; analisar, a partir de dados da língua em uso, a
ocorrência e os contextos estrutural e pragmático de verbos que aparecem nos
gêneros frases e artigo de opinião; discutir a importância do tratamento da
auxiliaridade para o ensino, considerando os gêneros textuais.
Nossa investigação baseia-se nos pressupostos do Funcionalismo Linguístico
que adota a concepção de uma linguística centrada no uso, concebendo a língua
como uma entidade dinâmica e descrevendo o comportamento linguístico como um
processo e não apenas como um estado ou um produto, ou uma tradição histórica.
Em vez de ser analisada como um sistema fechado, auto-suficiente, a língua é
interpretada como uma entidade que é constantemente moldada por fatores
externos como forças cognitivas, manipulação pragmática, histórica, dentre outras.
Isso significa que a língua não pode ser explicada, satisfatoriamente, somente
com referência a variáveis linguísticas, mas são necessários, além disso,
parâmetros extralinguísticos ligados ao modo como percebemos o mundo que nos
rodeia, e como podemos utilizar os recursos linguísticos disponíveis para conceituar
as nossas experiências, e para nos comunicarmos com êxito. Estudos funcionalistas
têm demonstrado que a auxiliaridade verbal não deve ser vista como uma categoria
717
C
u
ri
ti
b
a
2
0
1
1
A
n
ai
s
d
o
V
II
C
o
n
g
re
ss
o
In
te
rn
ac
io
n
al
d
a
A
b
ra
lin
estanque, mas como um estágio num continuum que parte do uso pleno do item
verbal, podendo chegar a um morfema flexional. Nessa abordagem, o auxiliar seria
uma categoria intermediária no processo denominado gramaticalização.
Consideramos, ainda, algumas contribuições da Linguística Textual, mais
especificamente, no que se refere aos gêneros textuais, uma vez que o
funcionamento da língua está estreitamente relacionado à maneira como ela é
utilizada e a que propósitos seu uso está vinculado. O conhecimento dos gêneros
textuais, presentes nas situações comunicativas, faz-se necessário para que os
usuários de uma língua tenham uma melhor compreensão dos fatos linguísticos e
desenvolvam sua competência discursiva. E um dos modos de tornar isso possível,
é analisando textos que, disponíveis na sociedade, propiciam leituras do mundo.
O fenômeno da auxiliaridade verbal
A falta de uma definição rigorosa para cada um dos termos usados e,
consequentemente, o emprego, por diversos autores, de mesma nomenclatura com
significados diferentes é o primeiro problema encontrado no estudo de verbos e de
locuções verbais. As divergências entre os estudiosos a respeito de quais verbos
podem ser considerados auxiliares se devem aos diferentes critérios, sintático,
semântico ou histórico, usados para a classificação. Considerando o critério
semântico pouco seguro, uma vez que nem sempre há possibilidade de verificar
claramente os casos de sentido diverso, e que o critério histórico é de difícil
comprovação, pois não é possível afirmar que todos os chamados auxiliares
evoluíram de modo semelhante, Pontes (1973, p. 15) acredita que o critério
sintático seja o mais preponderante na análise da auxiliaridade verbal.
Uma das definições de auxiliar sob o ponto de vista sintático entende a
locução verbal como a combinação das diversas formas de um verbo auxiliar com
as formas não finitas (infinitivo, gerúndio ou particípio) de outro verbo denominado
principal. Os auxiliares modais como poder, querer, conseguir, por exemplo, se
combinam com o infinitivo ou gerúndio para determinarem com maior rigor o modo
como a ação verbal é realizada. Embora verbos causativos, como deixar, mandar,
fazer, e sensitivos, como ver, ouvir, olhar, sentir, acompanhados de infinitivo ou
gerúndio, não formem locução verbal, muitas vezes se comportam sintaticamente
como tal, ou seja, segundo as relações internas estabelecidas dentro do grupo
entre o infinitivo e os termos que o acompanham (BECHARA, 1999, p. 233).
Nessa abordagem formal, vários testes colocariam ou não um verbo na lista
dos auxiliares. Embora nenhum atenda a todos os critérios, os verbos ter, haver,
ser e estar passam na maioria dos testes de auxiliaridade. Nesses testes,
considera-se importante o critério semântico que define o auxiliar como um
elemento que tem traços semânticos modificados e apresenta uma série de
afirmações ligadas à ideia de gramaticalização, que envolve uma graduação. A
existência de vários graus de perdas semânticas quando um verbo é seguido de
forma não finita também é considerada, bem como a importância da frequência na
determinação do auxiliar (LOBATO, 1975, p. 30).
Nessa perspectiva, as classes de palavras são concebidas como entidades
discretas, não apresentando muitas possibilidades para o tratamento dos auxiliares.
O uso do termo auxiliar está associado, principalmente, a uma gama limitada de
718
C
u
ri
ti
b
a
2
0
1
1
A
n
ai
s
d
o
V
II
C
o
n
g
re
ss
o
In
te
rn
ac
io
n
al
d
a
A
b
ra
lin
domínios nocionais, sobretudo os domínios de tempo, aspecto e modalidade
(HEINE, 1993, p. 4).
Esses domínios nocionais dos auxiliares constituem um dos pontos da
discussão em torno da auxiliaridade, pois muitos estudiosos tendem a empregar o
termo auxiliar na marcação de elementos com uma função, como tempo, aspecto,
modalidade ou naqueles que não são afixos ou flexões. Há, no entanto,
discordância no que diz respeito ao intervalo exato de domínios nocionais que são
associados ao uso de auxiliares. Para alguns, além de tempo, aspecto e
modalidade, frequentemente, determinados elementos marcam negação, condições
de assertibilidade, pergunta e ênfase, concordância com sujeito, concordância com
objeto ou evidencialidade, que são incluídos na categoria AUX. Nos tratamentos
gramaticais das línguas europeias, as distinções gramaticais de voz são comumente
associadas ao uso de auxiliares (HEINE, 1993, p. 16).
De acordo com uma das posições mantidas, por exemplo, sobre a
dependência e, particularmente, sobre as noções de subordinação e dependência,
os auxiliares são verbos subordinados ou dependentes de verbos principais. O
status subordinado é um dos dois critérios de definição propostos para os
auxiliares, o segundo critério é que eles fazem distinções no modo, aspecto, voz,
entre outros. Nesse caso, os verbos auxiliares são precisamente aqueles que
funcionam como sendo dependentes na estrutura da frase verbal, e contrastam
com os verbos principais, que funcionam como cabeça/guia. Os verbos principais
são cabeças da expressão verbal e os auxiliares funcionam como modificadores,
porque as restrições de seleção vigoram, amplamente, entre os substantivos e os
verbos principais cabeças, enquanto a escolha de adjetivos e auxiliares é
irrelevante.
A dependência também é observada na relação principal-dependente, função-
argumento, operador-operando, controlador-controlado, isto é, os dois estão
hierarquicamente ordenados e os auxiliares são os cabeças do verbo principal; o
seu estatuto de cabeça é considerado como sendo uma das propriedades de
definição dos auxiliares (HEINE, 1993, p. 18-19).
Essa polêmica parece ter sido desencadeada por uma variedade de fatores,
entre os quais se destaca uma insuficiente diferenciação entre considerações
morfossintáticas e semânticas. Normalmente, quando um verbo é reconhecido
como auxiliar, encabeça sintaticamente um verbo, mas não é interpretado
semanticamente como um cabeça, mas como um modificador. Outro fator, talvez
mais importante, seja o tipo de modelo adotado. A partir dessa discussão, torna-se
evidente que a maioria dos estudiosos se interessa por pontos de vista que, de uma
forma ou de outra, estão em desacordo com o que Tesnière (1959) tinha em mente
ao propor a dependência como uma noção chave da análise sintática.
Parece que os estudiosos, ao utilizarem uma versão rígida do modelo de
dependência, ficam susceptíveis a uma interpretação segundo a qual os auxiliares
são cabeças e dependentes de verbos principais; enquanto os modelos alternativos,
utilizando, principalmente, aqueles que dependem de um modelo de estrutura de
frase, estão mais propensos a propor soluções alternativas (HEINE, 1993, p. 20).
Na perspectiva funcional, a auxiliaridade verbal é observada como um
estágio, uma categoria intermediária, em um continuum no processo denominado
gramaticalização. Este consiste no aumento do alcance de um morfema que avança
719
C
u
ri
ti
b
a
2
0
1
1
A
n
ai
s
d
o
V
II
C
o
n
g
re
ss
o
In
te
rn
ac
io
n
al
d
a
A
b
ra
lin
do léxico para a gramática ou do status menos gramatical para um mais
gramatical, isto é, de uma forma derivada a uma flexão. Esse processo põe em
evidência a tensão entre a expressão lexical, relativamente livre de restrições, e a
codificação morfossintática, mais sujeita a restrições, salientando a indeterminação
relativa da língua e o caráter não discreto de suas categorias. A gramaticalização
ainda engloba uma construção e não apenas um item lexical (HEINE, 2006).
Entender a auxiliarização sob essa perspectiva parece ser menos problemático
uma vez que não se considera esse fenômeno de modo estanque, mas abarca
diversos e diferentes usos do mesmo item linguístico a partir de seu contexto de
uso.
Muitos dos problemas associados aos auxiliares podem ser resolvidos a partir
da identificação das forças cognitivas que parecem ser as responsáveis pelo
surgimento e desenvolvimento de categorias gramaticais, dentre as quais se
destacam os conceitos de auxiliar, relativos aos domínios de tempo, aspecto e
modalidade. Essas forças provocam efeitos sobre a forma especial das construções
auxiliares canônicas (HEINE, 1993, p. 4).
Diferenças no grau de gramaticalização que um dado auxiliar exibe não são
apenas características de uma língua ou de algum estágio histórico no
desenvolvimento da linguagem. Tais diferenças estão frequentemente
correlacionadas a falantes individuais ou comunidade de falantes, em que alguns só
aceitam a forma fonte, outros apenas a forma alvo e ainda existem outros que
usam tanto a forma fonte quanto a forma alvo. Um exemplo é o item have, do
Inglês, que é usado como verbo principal por algumas pessoas, como auxiliar por
outras, e com ambas as funções ainda por outras pessoas (HEINE, 1993, p. 71).
Estudos de base funcionalista têm confirmado que as ocorrências de
determinados verbos acompanhados de outros na forma não finita estão no estágio
de gramaticalização que os caracteriza como auxiliares.
Fundamentados, portanto, na visão funcionalista, defendemos a ideia de que
a auxiliaridade verbal deva ser estudada, considerando-se o contexto estrutural e a
situação ou situações de uso da língua, não limitando nossa possibilidade de
classificação pela adoção a priori de apenas um critério ou outro.
Por observarmos a língua em funcionamento, nossas análises devem se
pautar nas situações específicas de uso, verificando em que contextos as
ocorrências de auxiliares, por exemplo, são recorrentes. Assim, considerar os
gêneros textuais com suas características e usos particulares propicia uma melhor
compreensão de fatos linguísticos como a auxiliaridade verbal, possibilitando
atividades de ensino mais adequadas e menos distantes da realidade dos alunos,
que, por sua vez, podem adquirir um conhecimento mais aplicado.
Gêneros textuais e ensino de língua
O uso efetivo da língua não se limita a um mecanismo de representação ou
descrição do mundo. Ao contrário, a língua, por ser um instrumento social, histórico
e cognitivo, nos permite agir e intervir em nosso meio. E essa ação se dá pela
utilização dos diversos gêneros textuais existentes nas comunidades de fala.
720
C
u
ri
ti
b
a
2
0
1
1
A
n
ai
s
d
o
V
II
C
o
n
g
re
ss
o
In
te
rn
ac
io
n
al
d
a
A
b
ra
lin
Inicialmente utilizado apenas no domínio literário, o conceito de gênero
ganhou nova significação, abarcando a noção de que cada contexto comunicativo
elabora tipos relativamente estáveis de enunciados. O gênero caracteriza-se por
seu conteúdo temático, seu estilo e sua construção composicional, que determinam
sua forma. No entanto, é sua função que o determina socialmente. Assim, a
escolha de um gênero é definida pelo contexto, pelas necessidades da temática,
pelo conjunto dos participantes e pela vontade enunciativa ou intenção do locutor
(SCHNEUWLY; DOLZ, 2004, p. 25).
Os gêneros textuais configuram-se como entidades sociodiscursivas que
organizam as atividades comunicativas, ou seja, são quaisquer textos orais e
escritos materializados em situações comunicativas recorrentes que cumprem uma
finalidade social e que emergem no interior de uma situação definida, apresentando
propriedades específicas. Esses textos são encontrados na vida diária com “padrões
sociocomunicativos característicos definidos por sua composição, objetivos e estilo
concretamente realizados por forças históricas, sociais, institucionais e
tecnológicas”, constituindo uma listagem aberta.
Assim, os gêneros operam, em determinados contextos, como formas de
legitimação discursiva, já que se situam entre desenvolvimentos históricos e
práticas sociodiscursivas que se refletem na língua. Cada gênero apresenta uma
determinada estabilidade e define o que é dizível em determinado contexto
situacional (MARCUSCHI, 2003, p. 4).
Essas caracterizações e funções dos gêneros textuais evidenciam sua
importância para o ensino da língua materna em ambientes formais ou informais,
pois “a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização,
inserção prática nas atividades comunicativas humanas” (BRONCKART, 1999, p.
103).
Os parâmetros que regulamentam o ensino de língua propõem que os
aspectos gramaticais sejam utilizados na situação de produção de texto, “enquanto
o escritor monitora a própria escrita para assegurar sua adequação, coerência,
coesão e correção” (PCNs, 1997, p. 89). Os objetivos desses parâmetros são todos
centrados na leitura e produção de textos. Um dos aspectos fundamentais para a
efetiva leitura e produção textuais é o conhecimento dos diversos gêneros textuais
que circulam na sociedade, bem como de suas características composicionais e seus
propósitos comunicativos.
Há um forte apelo ao gênero como objeto de ensino da língua materna por
meio da leitura e produção, indicando o lugar do texto como materialização de um
gênero textual. “Ainda que a unidade de trabalho seja o texto, é necessário que se
possa dispor tanto de uma descrição dos elementos regulares e constitutivos do
gênero, quanto das particularidades do texto selecionado” (PCNs, 1997, p. 48).
Acreditamos que um ensino baseado nos gêneros textuais possibilita um
aprendizado mais consistente e adequado às necessidades do indivíduo, pois os
textos passam a ser analisados como um evento comunicativo que possui um
propósito específico, sendo altamente estruturado e reconhecido como tal pelos
membros de uma comunidade.
A manifestação verbal ocorre sempre por meio de textos realizados em algum
gênero textual e a escolha de um ou outro gênero não é aleatória, mas está
subordinada a interesses específicos, não havendo uma dicotomia entre gênero e
721
C
u
ri
ti
b
a
2
0
1
1
A
n
ai
s
d
o
V
II
C
o
n
g
re
ss
o
In
te
rn
ac
io
n
al
d
a
A
b
ra
lin
tipo, e sim uma relação de complementaridade. Ou seja, todos os textos realizam
um gênero e todos os gêneros realizam sequências tipológicas diversificadas
(MARCUSCHI, 2005, p. 95; 100).
Entre os diversos e variados gêneros com os quais temos contato em nosso
cotidiano, as frases de pessoas famosas e os artigos de opinião assinados por
alguma personalidade, recorrentes nas revistas de grande circulação, em jornais e
outros veículos de comunicação, configuram-se gêneros com características e
objetivos próprios de produção, propiciando uma análise comparativa dos usos dos
auxiliares.
Considerando que “todos os nossos enunciados dispõem de uma forma padrão
e relativamente estável de estruturação de um todo” (BAKHTIN, 2000, p. 301), é
possível traçar um perfil tanto do aspecto formal quanto das características
pragmáticas dos gêneros que pretendemos analisar.
O gênero frases foi assim denominado devido ao uso desse termo na
identificação desse gênero na maioria das revistas e jornais que têm esse tipo de
seção. Nas revistas, existe uma forma padrão na disposição textual das frases, com
as falas em primeira posição, seguidas do contexto recuperado pelo editor. Essa
contextualização nem sempre aparece integralmente, mas segue o seguinte
esquema: identificação do falante; um aposto em referência a sua profissão ou
cargo que ocupa; outro aposto (facultativo) se o locutor for pouco conhecido ou
houver necessidade de informação complementar; uma explicação sobre o assunto
ou tópico da fala, sendo opinativo ou informativo (PEDROSA, 2002, p. 156).
No aspecto pragmático, a fala do locutor só é compreendida a partir do
contexto que a acompanha. Esse contexto pode apresentar objetividade ao trazer
apenas informações sobre a situação em que a fala se insere ou ser subjetivo ao
evidenciar a interpretação da situação por parte do editor, havendo neste último
caso, uma atitude tendenciosa, uma vez que a compreensão do leitor fica
c